Maior cratera de asteroide da América do Sul é maior que a cidade do Rio

Localizada entre os estados de Mato Grosso e Goiás, a maior cratera de impacto de asteroide da América do Sul chama a atenção não apenas por sua origem impressionante, mas também pelo seu tamanho: são cerca de 40 quilômetros de diâmetro e aproximadamente 1.300 km² de área — superando a cidade do Rio de Janeiro, que possui 1.200 km².

A cratera abrange seis municípios: Araguainha, Ponte Branca e Alto Araguaia (em Mato Grosso) e Doverlândia, Mineiros e Santa Rita do Araguaia (em Goiás). Araguainha, localizada no centro da formação, é uma das menores cidades do Brasil em população, com menos de mil habitantes.

Estima-se que a cratera tenha se formado há aproximadamente 250 milhões de anos, durante a transição do período Permiano para o Triássico, após o impacto de um asteroide de cerca de 3 km de diâmetro. Esse evento pode ter sido um dos fatores que contribuíram para a maior extinção em massa da história do planeta, ao liberar grandes quantidades de metano na atmosfera e alterar significativamente o clima global.

A estrutura só foi identificada na década de 1970, quando cientistas notaram seu formato circular em imagens de satélite. Pesquisas posteriores confirmaram que se trata de uma cratera de impacto, tornando-se um marco nos estudos geológicos do país.

Hoje, a cratera é considerada um dos sítios geológicos mais importantes do mundo. Ela serve como um verdadeiro laboratório natural para o estudo da evolução da superfície terrestre, além de atrair pesquisadores e turistas interessados em geoturismo e ciências da Terra.

Existem ainda projetos em andamento para transformar a área em um geoparque, promovendo tanto a conservação ambiental quanto o desenvolvimento sustentável da região.

A cratera de Araguainha é um lembrete do impacto que eventos cósmicos podem ter na Terra e da importância de preservar locais que contam a história profunda do planeta.