Como gemólogo apaixonado por pedras preciosas, confesso que poucas coisas me fascinam tanto quanto o brilho do ouro bruto. Recentemente, fiquei completamente intrigado com a notícia vinda do Paquistão: mais de 64 toneladas de ouro foram encontradas no leito do Rio Indo(diario do nordeste), com uma reserva estimada em mais de R$ 1,5 bilhão.
Não se trata apenas de um achado geológico impressionante. Isso é história viva. O Rio Indo foi berço de uma das civilizações mais antigas da humanidade, e agora, séculos depois, volta a ser palco de uma descoberta que pode transformar a economia de toda uma nação.
Do ponto de vista técnico, estamos falando de ouro de aluvião — partículas finíssimas que se acumulam nos sedimentos do rio ao longo de milhares de anos. Para quem estuda a formação das rochas e a dinâmica dos minerais, essa descoberta é como encontrar um tesouro escondido no tempo, uma verdadeira dádiva da geologia.
Mas há algo ainda mais fascinante: como o ouro segue sendo símbolo de poder, riqueza e sobrevivência econômica. Em meio a crises globais, ver um país encontrar uma reserva bilionária em seu solo (ou melhor, em seu rio) é como um lembrete de que a Terra ainda guarda segredos que podem mudar destinos.
Como amante das pedras e metais preciosos, espero que a exploração dessa jazida seja feita com responsabilidade ambiental. O ouro é eterno — mas a natureza, se maltratada, não é.
E para os curiosos de plantão: o Brasil também possui regiões riquíssimas em ouro de aluvião. A história do garimpo em nosso país ainda está longe de acabar.